Acho que em toda cidade pequena chega uma hora que esse Efeito começa. Um amigo meu me apresentou uma teoria muito válida.
 Ontem nós estávamos no festival Mosh! de música eu, a Elouise e o Alawi (Sim, é esse o nome) para ouvir as bandas legais da região e ver a premiação que ia ter lá e tudo. Esses festivais sempre foram legais e começaram a ganhar fama com um acústico que a galera costumava fazer.

                                      Na foto a banda Sexytape no festival Mosh! e entraga de prêmios
                                                              (por Elouise Cavalcante)

 O grande problema de cidade pequena é a falta do que fazer nos fins de semana. Em Porto Velho só tem um shopping onde se encontra o melhor cinema e, basicamente, o único lugar que os jovens tem pra ir além de pizzarias - que você também acha no shopping - ou as praças que são muito mal cuidadas e cheias de drogados e pedintes.
 Por causa dessa falta do que fazer, todo mundo acaba indo pro mesmo lugar quando tem um evento legal como os festivais de música e ontem, na mesma praça, você podia ver vários grupos completamente diferentes no mesmo lugar o que é assustador ,mas de certa forma bem legal. Veja bem, eu não costumo sair muito de casa, então fiquei bem impressionada ao descobrir que aqui na cidade existe uma quantidade considerável de góticos, skatistas, pseudo-hippies e hipsters espalhados que naquela noite se encontravam no mesmo lugar, separando-se em grupos tipo naqueles filmes americanos de ensino médio.
 O Efeito Porto Velho é aquela coisa de você não ter o que fazer nem aonde ir, então você segue o enterro, mesmo não gostando da música que toca lá.
 A parte legal dessa história é que a galera que se odeia por causa do estilo passa a se encontrar no mesmo lugar sem criar qualquer atrito - a grande parte das pessoas - e todo mundo curte, de uma forma ou de outra. A parte ruim é você perceber que tem muita gente lá que está achando tudo muito chato e você não pode os culpar porque não tem mais pra onde ir. A cidade não tem apoio cultural, então não há muitos festivais punk, pop, indie ou qualquer outra coisa. Você não vê competições de skate ou festivais culturais que vão as pessoas certas para curtir exatamente o que elas querem curtir.
 Você começa a perceber, mesmo sem querer, que está todo mundo meio perdido e que, quando tudo termina, não tem o que fazer nem pra onde ir e aquele programa de domingo a tarde começa a parecer bem desconfortável.
 Para mim que curte demais as bandas que tocaram lá e que conheceu bandas novas para curtir foi , desculpem o palavreado, foda pra cacete, mas para quem não gosta deve ter sido bem desconfortável.
 A culpa nem é toda do governo se você for parar pra pensar, é mais das pessoas. Vamos fazer coisas que gostamos, galera. Sejam pioneiros nos festivais e comecem a produzir coisas que vocês gostam assim como os meninos que produzem os festivais de rock alternativo e a galera que organizou o prêmio de música de Porto Velho. Eu sei que não temos lá muito espaço, mas com pouco nós podemos fazer bastante coisa. Afinal de contas, os poucos festivais que a gente tem hoje começaram com toalhas no gramado do parque e violões acústicos.


Um Comentário

  1. Realmente, Porto Velho precisa mesmo é de atitude, principalmente dos jovens, às vezes os mais interessados.

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