"O Livro do Exorcista? Nossa, não sabia que isso existia!" Sim, meros humanos, o livro existe e é bem, bem, beeeem mais assustador que o filme, então vamos lá pois estou escrevendo isso as três da manhã e espero terminar a resenha antes que o diabo apareça pra me levar.
  O romance escrito por William Peter Blatty coloca medo nas crianças e nos adultos desde 1971, mas é mais conhecido por sua adaptação ao cinema feita em 1973, afinal de contas, quem não conhece a garotinha assustadora que vomita gosma verde e tem o rosto todo ferrado, não é? mas a questão é: por trás do grande filme, há um livro muito melhor e muito mais intrigante.



 O livro começa com o padre mais velho, Merrin, em uma viagem pela ásia e, sinceramente, ele começa bem chato e agradeço o diretor do filme por ter deixado essa parte menos dormível.
 A estória da garotinha com a mãe atriz decorre conforme o filme, porém com alguns detalhes de extrema importância que são deixados de lado na adaptação cinematográfica que acaba sem fechamento como, por exemplo, o que acontece com a investigação do policial que está atrás do assassino que matou o chefe de Chris, a mãe da garota Reagan.
 No filme é deixado de fora os barulhos inexplicáveis na casa e um tipo de presságio que a mãe da menina tem, uma parte em que ela sonha com a morte e descreve como ela se sentira morrendo, o que a deixa perturbada por dias a fio.
 Algo que me deixou bastante intrigada também foi a parte em que a menina desce da escada daquela forma assustadora. Uma coisa que ficou de fora das telonas é que Reagan, depois disso, começa a seguir a mulher que trabalha na casa da mãe como se fosse uma cobra, lambendo o tornozelo da mulher e se esgueirando pelo chão.
 Após isso tudo só piora e então, depois de conversar com uma amiga que é médium e com cerca de oitenta médicos, Chris decide recorrer a um cético padre que acabara de perder a mãe - isso é relevante sim - e que é formado em psicologia. De primeira Damien Karras não acredita na mulher e, quando vai diagnosticar a menina as coisas só pioram porque o demônio que possui Reagan faz o rapaz duvidar se aquilo é realmente uma possessão ou se a garota só é louca mesmo o que nos leva a um segundo furo no filme: na tela, Damien joga água na garota e ela grita como se fosse água benta, mas após isso ele fala para a mãe de Reagan que aquilo era água de pia e que achava que a menina mentira sobre a possessão e fica assim até o final do filme. Já no livro há uma cena em que o demônio fala que estava esperando até que o padre descobrisse que o negócio da água benta era apenas fingimento.
 Por várias partes no livro você realmente acha que a menina era só louca mesmo porque William dá diversas explicações detalhadas sobre muitas doenças mentais que a garota poderia estar apresentando e você pensa "eu acho que isso aqui vai acabar de forma diferente". A coisa que faz você ter certeza de que aquilo é o demônio são as coisas que a garota faz como virar a cabeça em trezentos e sessenta graus sem morrer e que, no final, quem acaba possuído é Damien e a menina fica bem.
 Algo que o filme também deixa de mencionar é que, após a morte do diretor do filme de Chris, a garotinha começa a personificar o homem com os mesmos jeitos e da mesma forma que o homem falava. Também deixa de fora o mordomo de Chris que é um personagem muito importante no livro.
 No fim das contas o filme é bom? é. Mas o livro te deixa sem dormir por mais tempo.
 De acordo com algumas pesquisas, é dito que William se inspirou em um exorcismo real para escrever o livro, mas a maior parte é papo furado porque dizem que não houve um exorcismo real e que o rapaz era realmente só um doente mental.
 Outro fato interessante, agora sobre o filme, é que a menina que interpretou Reagan foi tão boa que nunca mais conseguiu fazer um bom filme porque as pessoas tinham medo de contrata-la.
 A verdade é que, eu não sei como esse homem escreveu esse livro, só espero que ele tenha tido alguma inspiração fora de sua cabeça porque a estória é louca demais para você escrever sozinho.


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